segunda-feira, 19 de março de 2012

Saúde a chegar ao estado degradante...

Tem sido frequente ouvirmos na rádio ou por alguém que nos conta uma história de Hospital ou até virmos na tv que algo vai mal na Saúde. Os idosos que morrem às dezenas, as comissões que se fazem para se perceber qual é a causa da razão, as gripes imaginárias no tempo delas quando a temperatura média por esta altura do ano está a 4º ou 5º C acima da média, para não falar de pior, etc.

Paremos um pouco para pensar. É certo que a palavra de ordem que mais temos ouvido e a Saúde não foge à excepção é cortar. Só vale é cortar na despesa. Em termos teóricos eu acho bem. Toda a gente estará de acordo que os hospitais são um sorvedouro de dinheiro sem fim por várias razões. Na verdade, a sua finalidade nunca poderá ser o lucro, pois os n exames de borla ou pela módica quanto dos novos 20€ que se pagam pela taxa moderadora (que toda a gente escolhe ser paga mais tarde por multibanco e enviada pelo correio, em vez de ser na hora), não dão certamente o lucro que um hospital privado com menos tempo de espera e noutras condições dá. No entanto, deverá ser, pelo menos auto-sustentável.

Paulo Macedo, o nosso Ministro da Saúde não tem fugido muito dos grandes cortes que Manuela Ferreira Leite quis implementar no seu tempo enquanto Ministra das Finanças de Durão Barroso. As primeiras boas histórias no seu tempo foram os nascimentos em ambulâncias em vez dos hospitais, isto em virtude do fecho dos vários SAP ou unidades hospitalares várias por todo o país. O problema que estamos a chegar para mim começa a ser muito mais preocupante e muito mais intimador que isso. Estão a deixar morrer as pessoas! Há dúvidas? Reparem bem:
  1. Há cada vez menos hospitais. Urgências públicas em Lisboa, por exemplo, que eu tenha conhecimento estão reduzidas a 3: Sta. Maria, S. José e Francisco Xavier.
  2. Os idosos morrendo, sempre são menos pensões ou reformas que se pagam
  3. Com menos unidades hospitalares, menos capacidade de recepção existe
  4. Com menos unidades hospitalares e os mesmos colaboradores, menos atenção existe para cada doente
  5. As novas taxas moderadores ainda que possam ser pagas à posteriori, são intimadoras para muitos
  6. As unidades que permitem a deslocação de doentes está com menos capacidade financeira. Os doentes estão, portanto, a deixar de serem transportados
Não fico por aqui. Esta é daquelas mensagens que dava muito que falar. Normalmente sempre que pensamos nos problemas nacionais, estamos sempre resumidos à área em que habitamos ou àquelas áreas que usualmente são responsáveis pela origem do pensamento de grande parte dos problemas. Falo das grandes cidades que em Portugal são apenas 2: Lisboa e Porto. Pergunta: o que é que está a acontecer no resto do país? Vocês imaginam uma pessoa que viva numa aldeia, que tenha uma paragem cardíaca e que tenha o próximo hospital a 80 Km de distância? O que é que acham que vai acontecer? Tanto, que há pouco tempo ficou gravada uma conversa telefónica entre um Hospital, creio que em Chaves, e o INEM. Troca de palavras em que não se definiu a responsabilidade do doente que teve uma paragem e, com o tempo já longo de conversa, acabou por morrer... Acham isto normal???


O que é que está a acontecer, volto a perguntar? Nós estamos a matar o nosso próprio povo?? Faz-me lembrar os EUA e a sua perversa maneira de pensar em que "Um mal menor, é para um bem maior!". É nisto que nos estamos a tornar??

Sempre me fez confusão ver ambulâncias em Lisboa vindas de localidades do Alentejo e Algarve. Como é que isto é possível? Vocês já imaginaram viver no interior ou não numa grande cidade e ter um problema que só pode ser resolvido num Hospital como o de Sta. Maria?

Mas que país é este??? No que é que nos estamos a tornar? Acho isto do mais grave possível. Estamos a chegar a um nível deveras preocupante... Nunca pensei que tais coisas fossem possível no nosso país. Há princípios base culturais e civilizacionais que sempre nos definiram. Acho que passámos do limite... Por favor, parem para pensar!!!

terça-feira, 13 de março de 2012

A 1ª Queda do Governo...

Ora aí está a primeira queda do Governo do presente executivo. Trata-se de Henrique Gomes e era o secretário de Estado da Energia, pertencendo ao Ministério da Economia liderado por Álvaro Santos Pereira, o tal Ministro que vai sendo a nulidade por completo da equipa de Pedro Passos Coelho.

Esta saída preocupa-me, pois não conhecendo minimamente o seu trabalho, creio que o modo como saiu suscita-me a ideia de que era alguém que estava a tentar começar arrumar a casa no que toca à electricidade e ao poderio, cada vez maior, agora mais com a entrada dos chineses, da EDP. A electricidade que nos últimos anos tem aumentado sempre de ano para ano, contribuindo para lucros record da antiga companhia estatal, está a passos cada vez mais curtos, de vir a ser falada tanto como o aumento do preço dos combustíveis. Vai ser um amargo de boca para todos nós e isto ainda nem começou a sério...

Num Ministério em que até ao presente não há nada que possamos dizer que tenha havido alguma contribuição, nem mesmo com tentativas de explorar alternativas aos combustíveis, outras fontes de energia que o país possa vir a longo prazo usar (era o que eu faria, porque Portugal não tem capacidade para aguentar isto), aponto para que Henrique Gomes fosse o homem que quisesse fazer algo contra o sistema. Agora com Artur Trindade, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, quase que tenho a certeza que vai ser aquele que foi indigitado para não mudar as coisas, em nosso prejuízo. O tempo dirá...