sábado, 20 de novembro de 2010

Os 100 anos da História da República Portuguesa - II República

II República (1926 - 1974)

A I República cai com o golpe militar iniciado em Braga e continuado pelas outras cidades naquela que é chamada a Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926, chefiada pelo General Gomes da Costa. Dá-se início à Ditadura Militar. O seu objectivo era de terminar o país da desordem, revolta permanente, das greves e arruaças, dos atentados e restaurar as finanças. Para esse fim, é nomeado a 27 de Abril de 1928 para a Pasta das Finanças o professor da Universidade de Coimbra, o Doutor António de Oliveira Salazar. Em 1933, com uma nova Constituição entramos no período do Estado Novo chefiada por Salazar agora Presidente do Conselho de Ministros sob a seguinte ideologia: Deus, Pátria e Família, onde ele era o "Chefe" da Pátria.

Daquilo que se pode dizer a partir daqui é ainda hoje um debate público, pois uns defendem que foi um período de fome, miséria, analfabetismo, da agricultura de subsistência, da censura, da PIDE e dos presos políticos, da Guerra Colonial e do atraso em relação a toda a Europa. Outros sublinham que foi, e foi de facto, o período de maior prosperidade que a economia portuguesa conheceu principalmente à custa da mão-de-obra barata e do investimento estrangeiro, da neutralidade durante o período da 2ª grande guerra mundial e do último império mundial. O facto, é que a Ditadura Militar de 1926 - 1933 e o Estado Novo de 1933 - 1974 de Salazar e Marcelo Caetano foram o regime autoritário mais longo da Europa Ocidental do séc. XX. A propaganda política de inspiração facista, parcialmente católica e tradicionalista imperaram com o intuito de auto-clamar o nome de Portugal e de ser português mostrados pelo colonialismo ou pela Mocidade Portuguesa. Um estado fechado sob si mesmo, onde o lema do povo era a Fé, o Fado e o Futebol.

II Grande Guerra Mundial (1939 - 1945)

Portugal foi neutro durante o período negro da história mundial do séc. XX. Salazar foi inteligente ao negociar com as duas partes nos momentos-chave da História, primeiro com Hitler e depois com Churchill durante a invasão aliada vinda em grande força dos E.U.A. O objectivo de preservar a população portuguesa e Portugal foram atingidos, embora no período do pós-guerra tivesse havido um abalo ao Estado Novo, pois todas as nações europeias começaram a adoptar um regime democrático pluralista. Para combater isto, Portugal ingressa na OTAN ou NATO em inglês em 1949, na ONU em 1955 e AELC ou EFTA em inglês em 1959. Creio que o regime até aqui teve grandes benefícios, mas depois perdeu-se. O período que se segue demonstra bem o princípio do seu declínio.


Legado de grandes construções feitas pelo regime, em que muitas delas tiveram a mão do Eng. Duarte Pacheco:

1. 1938 - Construção exemplo de um dos novos bairros sociais de Lisboa - Bairro de Alvalade

2. 1940 - Aeroporto da Portela em Lisboa

3. Anos 40 - Marginal Lisboa - Cascais

4. 1944 - Viaduto Duarte Pacheco em Lisboa - tem o mesmo formato que a Ponte da Arrábida no Porto

5. 1944 - Estádio Nacional em Oeiras

6. 1951 - Barragem de Castelo de Bode na bacia do rio Zêzere perto de Tomar

7. 1953 - Hospital de Santa Maria em Lisboa - do mesmo género ao Hospital de S. João no Porto

8. 1960 - Padrão dos Descobrimentos em Belém

9. 1961 - 1º troço Auto-Estrada Lisboa - Vila Franca de Xira

10. 1966 - Ponte Salazar, depois renomeada para Ponte 25 de Abril entre Lisboa e Almada

11. 1969 - Início da Construção da grande barragem de Cahora Bassa em Moçambique

Guerra Colonial Portuguesa (1961 - 1974)

A também chamada Guerra do Ultramar teve como palcos de guerra Angola, Moçambique e a Guiné-Bissau. Trata-se de um período decisivo para a queda do Estado Novo que fez mobilizar muitos portugueses para a defesa do território nacional de uma nação dita pluricontinental e multi-racial. O esforço económico para manter e fazer a guerra foram grandes, tendo aumentado ainda mais com a subida ao poder de Marcelo Caetano, homem a quem era posta confiança para a mudança dos destinos do país, mas que preferiu continuar com a política anterior. Tudo termina com a 3ª revolução, a revolução dos cravos, a revolução de Abril de 1974.


Outros momentos importantes da História:

29 de Outubro de 1929 - Crash na bolsa de Wall Street

19 Dezembro de 1961 - Invasão e perda dos territórios de Goa, Damão e Diu para a União Indiana

6 comentários:

  1. podemos acrescentar tantas coisas mais , o hospital universitário S.José , o metro de Lisboa ,estátua marques pombal e muitas outras que hoje estão nas nossas rotundas como a do campo grande , as casas do povo espalhadas por esse Portugal fora , tantas e tantas escolas basta olhar para a arquitectura delas , liceu D. Amelia , as marchas populares , etc , etc , até o comboio na ponte se passa é porque já foi projectada para esse efeito na altura , portugal ligado por via férrea, a rtp , enfim .
    um dia terás o lugar que mereces na nossa historia , quando esta geração já cá não andar .
    Quem não é patriota ,
    Não é bom português .

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  2. Obrigado pelo comentário, 1143. Sim, podiamos ter acrescentado tantas outras obras deixadas pelo Estado Novo. Escrevi as que considero mais importantes. Boa parte das obras que referes foram feitas seguindo a linha de arquitectura típica portuguesa, chamada Português Suave.
    Não creio que tenha um lugar na História, mas gostaria que as pessoas se lembrassem dela porque não a sabem e, especialmente no momento do sufrágio, para que esta gente que nos governa saia depressa do poder!

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  3. tenho de fazer uma correcção chamei S.José ao hospital universitário , claro que queria dizer St. Maria , já agora acrescento a torre dos descobrimentos que toda a gente conhece .

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  4. 1143, obrigado! O conhecido Padrão dos Descobrimentos em Belém merece ser mencionado no texto, pois é um dos últimos, senão mesmo o último monumento digno desse nome a ser erguido em Portugal, para além das pontes que são grandes obras de engenharia.

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