sábado, 27 de agosto de 2011

Onde andam os Boys do PSD?

Seria estranho que este novo governo fosse 100% correcto, ou seja, que nomeasse apenas pessoas para cargos que realmente interessam e que são úteis para o país. Dado que nos últimos anos o PS tem dominado e de que maneira o panorama nacional quanto a "Não há melhor que eu a roubar", o PSD + PP não se podiam ficar tanto atrás, mesmo sabendo que o PS tenha exagerado ao ponto do país estar como está.

Não bastam os mais que muitos impostos que se avizinham, seja nos bens primários ou nas primeiras necessidades das pessoas como por exemplo os transportes públicos, ou até nos vários cortes do estado que temos ouvido, a verdade é que as nomeações a cargos públicos não pararam ainda. O campeão ao que parece é Miguel Relvas, o Ministro dos Assuntos Parlamentares que só nomeou 65 pessoas, num total de 492 nomeações de todos ministérios.

Agradecemos a sinceridade por terem publicado finalmente tais dados, incluindo os rendimentos de cada um a público, assim como o aparente trabalho de seguir à risca o memorando da Troika, mas há que ter atenção! Começamos finalmente a perceber que afinal de contas, o país não precisa de políticos, precisa é de pessoas qualificadas que saibam dignificar o nome da nação e que o defenda, que é aquilo que vejo nos outros e muito pouco em nós...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

BPN e Golden Shares

Uma das grandes broncas herdadas pelo governo anterior e caso em tribunal, o BPN, tem finalmente o encaminhamento devido por parte do Ministério das Finanças que me parece estar a arrumar bem a casa e em tão pouco tempo.

O BIC - Banco de capitais angolanos sediado em Lisboa e representado por Mira Amaral, comprou o BPN por 40 milhões de euros, muito longe dos 2,4 mil milhões de € gastos no processo de nacionalização em 2008. Segundo a secretária de estado Maria Albuquerque, o BIC apresentou a melhor proposta superando as outras apresentadas pelo Montepio que não se propôs a comprar o banco, mas sim ficar com as agências e com os sistemas de pagamentos e depósitos, nem tão pouco o Núcleo Estratégico de Investidores que queria dar até ao final do ano 5% de um montante na ordem dos 106 milhões de € e pagar o resto faseadamente por um período de 6 anos. Quanto a despedimentos, 750 dos 1580 trabalhadores estão salvaguardados para já, podendo o valor de custo dos despedimentos ascender aos 47 milhões de €, mas são contas ainda a fazer.

Francamente, acho que neste momento melhor não se poderia fazer, pois os encargos deste processo poderiam continuar a ascender sem parar, não havendo de futuro o mínimo de credibilidade necessária que hoje em dia está é fundamental no mundo dos mercados financeiros. No fundo, o estado livra-se dos problemas estruturais provocados pela anterior administração e o BIC propõe-se a ser mais um player no mercado nacional assumindo-os. É um bom negócio para ambas as partes.

Quanto às golden shares, o estado finalmente acabou com elas, o que quer dizer 2 coisas: deixa de ser ilegal para as regras de mercado, pois o proteccionismo do estado acaba. Por outro, as grandes empresas nacionais (Galp, EDP e PT), podem ser alvo de OPA's tal como a PT foi no passado pela Telefonica, possibilitando uma grande mudança estrutural e empresarial em Portugal, o que provavelmente implicará deslocalização de sedes e perca de empregos. Potencialmente perigoso, pois as grandes empresas aglutinam as mais pequenas, mas estas são as regras de mercado que Portugal tem que aprender a jogar. Ainda não aprendeu...